Na realização de ensaios clínicos, um novo medicamento às vezes é comparado a um placebo, uma substância que não contém propriedades farmacológicas, ou seja, sem um princípio ativo, mas que corresponde completamente ao medicamento estudado em sua aparência, tipo de embalagem, sabor, etc.
Em ensaios clínicos, os tratamentos experimentais são frequentemente comparados com placebos para avaliar a eficácia do tratamento. Normalmente ele é utilizado em estudos clínicos do tipo duplo-cego, que consiste em um método de pesquisa em que se dividem os voluntários em dois grupos: um recebe a fórmula que está em análise, o outro toma apenas um placebo. Com isso, é possível verificar se uma suposta melhora ou cura tem realmente relação com o remédio testado ou é fruto da expectativa do paciente.
O efeito do medicamento deve ser significativamente maior do que o efeito do placebo para que o medicamento seja considerado eficaz! Se os resultados forem iguais para os dois grupos, é sinal que o novo medicamento não faz qualquer efeito.
O placebo possui um papel importante no tratamento de algumas doenças, principalmente as de origem psicológicas, porque, embora não provoque qualquer alteração no organismo, o efeito curativo pode ser determinado pela crença do paciente de que o ajuda, podendo melhorar os sintomas e aumentar o sucesso do tratamento. O próprio fenômeno dessa cura é chamado de efeito placebo.
Por razões éticas e legais, o placebo é usado apenas nos casos em que não existe uma terapia padrão eficaz comprovada para a doença ou situação clínica em estudo que possa ser usada como comparação, como foi o caso das vacinas contra a Covid-19.
Algumas exceções são aqueles estudos em que o paciente recebe um novo medicamento ou placebo em combinação com a terapia padrão (não em seu lugar!). Por exemplo, a eficácia de adicionar um novo medicamento “direcionado” à quimioterapia pode ser estudada. Nesse caso, o paciente receberá a terapia padrão e o placebo – assim, também receberá um tratamento eficaz para a sua doença.
Portanto, apesar da modificação proposta em 1996 pela declaração de Helsinki, o uso do placebo ainda é restrito. Normalmente para se realizar um estudo com essa substância, uma justificativa convincente sempre deverá ser elaborada e aprovada pelos Comitês de Ética em Pesquisa.
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