A pesquisa clínica resulta no desenvolvimento de novos medicamentos e terapias inovadoras que curam ou tratam doenças. Um dos melhores e mais recentes exemplos de sua importância para a saúde da população foi com o desenvolvimento das vacinas para o vírus Sars-CoV-2 que, até o momento, já matou mais de 5 milhões de pessoas em todo o mundo.
Com a emergência de saúde global criada pela pandemia, as empresas farmacêuticas e os governos deram mais incentivos para acelerar o processo de pesquisa clínica. Em tempo recorde, pesquisadores e instituições de pesquisa fizeram progressos significativos, tanto com o desenvolvimento de vacinas e medicamentos que ajudam a evitar internações e casos mais graves, quanto com o monitoramento de novas variantes e novas formas de diagnóstico.
Os pesquisadores conseguiram produzir uma vacina segura e eficaz em menos de um ano. Para se ter uma ideia, anteriormente, o tempo mais rápido que uma vacina já foi feita foi de 4 anos, quando a vacina para o vírus da caxumba foi desenvolvida, em 1960. Mas como isso foi possível?
Com a necessidade de voluntários para participar dos estudos da vacina contra o novo coronavírus e as dificuldades impostas pela pandemia em relação as medidas restritivas e o medo da disseminação do vírus, houve uma descentralização das pesquisas clínicas. Isso incluiu o uso de encontros virtuais e tecnologia para conectar os participantes do ensaio clínico aos investigadores.
Ferramentas como TCLE (Termo de Consentimento Livre Eletrônico), telessaúde e o monitoramento remoto de pacientes permitiriam que os investigadores mantivessem contato com os participantes do estudo sem visitas pessoais. Além disso, os órgãos regulatórios e comitês de ética em pesquisa adotaram formas mais céleres de tramitar e analisar documentos, sem comprometer o rigor científico e ético.
Outro fator que contribuiu para a agilização das pesquisas foram os milhares de voluntários que se ofereceram para participar dos estudos clínicos para o desenvolvimento da vacina. Ter um grupo diversificado de participantes ajuda a garantir que o medicamento ou terapia testada seja mais seguro e eficaz.
Precisamos manter os avanços tecnológicos e regulatórios, e investir em uma maior divulgação dos estudos para as pessoas. Afinal, esse momento nos mostrou que é possível, sim, fazer pesquisas de forma mais rápida, mantendo a segurança e a integridade científica, quando se tem prioridade, incentivo financeiro e a colaboração de todos.