Sabemos que a Pesquisa Clínica se tornou um instrumento essencial para o desenvolvimento da Medicina. E isso afeta diretamente na área da saúde em diversos países. No entanto, para que isso seja um “círculo virtuoso”, um elemento é indispensável: o tempo.
Apesar das melhorias observadas nos últimos anos, um estudo publicado pela Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa mostrou que o Brasil ainda ocupa posição desfavorável quando o assunto é o tempo de aprovação de estudos clínicos. Se comparado a outros países como Estados Unidos ou até nossos vizinhos na Argentina, a diferença é grande.
Enquanto o Brasil gasta o tempo total de 115 dias (equivalente a mais de três meses) para análise do estudo de acordo com a legislação local, os Estados Unidos completam o processo em apenas 30 dias. Na Argentina, esse número é de 90 dias. Tudo isso apenas no prazo previsto pela Lei. Quando consideramos o tempo médio real entre 2016 e 2018, a demora é ainda maior.
De acordo com dados da IQVIA, o Brasil leva cerca de 215 dias para aprovação de estudos clínicos em média – quase o dobro do previsto.
Isso se explica por uma série de razões. O histórico de burocracia do país é importante de ser mencionado, já que muitas vezes barreiras se apresentam e explicam o motivo do Brasil não atingir o seu potencial de participação em estudos
clínicos. Além disso, é importante ressaltar que mais da metade dos estudos iniciados em 2018 em solo brasileiro tiveram seus patrocínios advindos de indústrias farmacêuticas de origem estrangeira, sem copatrocínio do governo. Desta forma, eles são submetidos a dupla análise, o que prolonga a aprovação ética.
Com um tempo menor de aprovação é possível realizar ainda mais estudos e gerar ainda mais benefícios para um país, seja na área da economia ou da saúde. Por isso, o desenvolvimento de regulamentações e leis mais claras e funcionais continuam sendo importantes para a evolução do setor.
Durante a pandemia, as analises regulatórias para os estudos relacionados à COVID tem sido tratado em caráter emergencial e as liberações e aprovações estão ocorrendo em um curto período de tempo entre os órgãos éticos. Esperamos que essa agilidade nas analises se mantenham podendo trazer um cenário favorável para o Brasil, aumentando a participação do país em estudos clínicos.
Nesse cenário, compartilhar cada vez mais os benefícios da Pesquisa Clínica se torna uma ação determinante para que ela atinja o protagonismo que merece!