O Flavio Correa, sócio-proprietário do CEMEC, elaborou um depoimento para informar para as pessoas quais devem ser os principais desafios enfrentados para a distribuição das vacinas contra o novo coronavírus quando houver a constatação de eficácia e segurança por parte delas.
“A questão dos principais desafios e dificuldades… Realmente a produção em larga escala se torna um problema para atender a toda a população em um menor tempo possível. No momento que o estudo for concluído e apresentar a comprovação do benefício, eficácia e segurança na administração dessa vacina, começa-se a parte de produção em larga escala e obviamente a questão do fornecimentos, países que serão beneficiados, valor definido para o mercado, logística para fornecimento da vacina, entre outros aspectos serão fatores que poderão dificultar o processo de fornecimento e abastecimento da vacina.
Ao comentar sobre o tema, também relatou sobre a importância das parcerias para facilitar este processo, como é o caso do Instituto Butantan, que está conduzindo com uma empresa chinesa uma das vacinas mais promissoras dentre todas que estão sendo estudadas e elaboradas no mundo. Por meio desta parceria, é possível que o instituto fique responsável pela produção nacional e regional da vacina, contemplando inclusive os países da América Latina.
O Flavio também utilizou como exemplo a vacina da Pfizer, que já possui um acordo com o governo dos Estados Unidos:
“No caso da Pfizer, os Estados Unidos detém a principal demanda de produção para que a população do seu país tenha prioridade na imunização. Então, além da questão da produção em larga escala, há aspectos políticos que influenciam os desafios enfrentados. Além disso, a produção de uma vacina é mais complexo que, por exemplo, a de um comprimido ou medicamento, portanto o aspecto logístico também deve ser levado em consideração.”
Para que haja a redução dos principais desafios relacionados à produção em larga escala e distribuição para a população, Flavio pontuou algumas possíveis soluções que podem ser adotadas:
“Acredito que essa foi uma grande interrogação para todos do meio científico e isso contribuiu para pensar e elaborar em novas estratégias como, por exemplo, a utilização de inteligência artificial e demais recursos para garantir uma resposta mais rápida dos fármacos e eficaz sobre as moléculas desenvolvidas.”
“(…) Em relação ao Brasil, a questão dos recursos e viabilidade ainda limita o país. Apesar do amplo poder de conhecimento científico que possuímos na área médica, nem sempre ele é utilizado na sua totalidade, seja por falta de condição ou infraestrutura.”
Para reverter esta situação, Flavio aponta para o incentivo para que os pesquisadores brasileiros permaneçam no país para a condução e elaboração de novas pesquisas que sejam, ao mesmo tempo, bem respaldadas, pois assim evitaremos a perda de recursos humanos qualificados e competentes para que eles se juntem aos centros e empresas de fora.